quinta-feira, 5 de junho de 2008

Esqueceram do Barrichello.

Eu acompanho Fórmula 1 desde 1987, quando o grande Nelson Piquet conquistou seu 3º título mundial com a fantástica Williams/Honda, disputando o campeonato com o inglês Nigel Mansell, portanto não sou viúva do Ayrton Senna, não que isso tenha algum problema.

Ayrton Senna não morreu apenas, ele virou mito, um símbolo do Brasileiro que vence o mundo em cima de um carro de corrida, levando a bandeira, o hino e o sobrenome Silva para todos os pódiuns possíveis e imagináveis, existentes no mundo. Ele venceu Prost, Balestre, Mansell, Mônaco, Spa, Hockenhein até conhecer a fatídica Tamburello.

Quando o inesquecível Senna morreu, todos procuraram imediatamente um substituto no primeiro otário que aparecesse e ele atendia pelo nome de Rubens Barichello.

Rubinho caiu na bobagem de prometer coisas que não poderia cumprir a bordo de uma Jordan ou de uma Stewart, e mesmo assim conseguiu feitos impressionantes nestas equipes nanicas: 2 poles, 2 segundos lugares, 4 terceiros e 77 pontos. Nessa época ele já era achincalhado em todas as esferas possíveis e imagináveis, chamado pelo singelo pseudônimo de Pé-de-chinelo.

Até que em 2000 a Ferrari, cansada das peripécias de um fanfarrão chamado Edie Irvine, contratou o competente Rubens Barrichello para comandar suas máquinas magníficas. Os brasileiros então se encheram de alegria e esperança, pensando em vitórias e no 9º título mundial para o Brasil. Só não contavam com a presença de um certo alemão na equipe.

Resumindo, Rubinho saiu da Ferrari com 11 poles, 9 vitórias, 24 segundos lugares e 22 terceiros, dando 5 títulos para Schumacher e para a Ferrari. Sim, porque sem Rubinho ao seu lado, o grande Schumacher conseguiu no máximo um vice-campeonato. Aí veio Felipe Massa, um garoto arrojado, cara de bravo, punhos em riste, 3º em 2006, 4º em 2007, mas ganhou no Brasil, é apadrinhado por Jean Todt e é muito rápido, ou seja, Rubinho virou mais pé-de-chinelo do que nunca. Ainda por cima, Rubinho assinou com a Honda e a equipe entrou numa espiral descendente fazendo com que depois de 14 temporadas, em 2007, Rubens não marcasse nenhum ponto sequer, fato inédito em sua carreira.

Mas não há mal que dure para sempre. Eis que surge Nelsinho Piquet, filho de um tri-campeão, numa equipe de ponta, contratado por um dos chefões da Fórmula 1 e sendo companheiro do bi-campeão Fernando Alonso. Receita para o sucesso? Errado! Após cinco etapas, já surgiram diversos boatos sobre a sua defenestração, não só da equipe, mas da Fórmula 1.

Se continuar desse jeito Rubinho será esquecido um pouco e poderá trabalhar sossegado mais alguns anos. Torço para que o empresário dele seja muito bom e tire-o dessa bomba de equipe Honda, que não tem perspectiva de melhora pela frente. Se ele conseguir mais algumas vitórias poderá ultrapassar alguns pilotos e chegar na 30ª posição do ranking histórico da Fórmula 1, excetuando-se os 29 campeões mundiais, um feito que é pra muitos poucos. Mesmo assim, Rubens Barrichello, possui números expressivos para um piloto de ponta: 13 poles, 9 vitórias, 15 voltas mais rápidas, 61 pódiuns, 259 GP's e 522 pontos. Para aqueles que só conhecem o pé-de-chinelo, é um prazer apresentar Rubens Barrichello, um grande piloto de Fórmula 1.

4 comentários:

  1. Eu já sabia! (plaquinha em riste)

    É claro que o Amalio vai usar (muito) esse espaço pra defender o Rubinho pé-de-chinelo, mas de bolso cheio...haushaushaushauhs..

    abraços

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  2. Salve, Amalio! Parabéns pelo novo blog, amigo.
    Concordo plenamente com o que você disse sobre o Rubinho. E ainda acho que fizeram o mesmo com o Guga, do tênis, que depois de vários campenonatos importantes e de se manter por quase um ano no topo de um ranking atualizado a cada semana, ficou taxado como decadente. Não quero cair no clichê de que o brasileiro não tem memória, mas acho que isso é ao menos sinal de que existe uma visão muito negativa dos atletas brasleiros, como se fossem sempre azarões. Além da crença de que o segundo lugar é sempre o primeiro a perder.
    Abraço!

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  3. Valeu Diego, ontem mesmo estava conversando com dois amigos sobre isso, principalmente no que se refere ao absurdo de chamarem um desportista como o Guga de decadente. Quem fala isso, deveria antes ganhar três Roland Garros, para poder ao menos criticar. Valeu pela visita!

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