domingo, 6 de julho de 2008

Barrichello de alma lavada.


Corrida de Fórmula 1 com chuva é sempre uma loteria para alguns pilotos, sorte para outros, competência para os melhores ou na maioria das vezes uma mistura dos três. Na corrida deste Domingo, assistimos a repetição de uma dupla que fez história no GP da Alemanha de 2000, Rubens Barrichello e Ross Brawn. Naquela ocasião Rubinho largava em 18º, porém caía uma chuva torrencial desde o início da prova e Rubinho começou a passar todo mundo, quando a chuva diminuiu, ele já tinha trocado os pneus e Brawn perguntou e até mesmo aconselhou o piloto brasileiro a trocar os pneus, mas ele disse que iria até o final. Resultado, vitória de Barrichello e uma das melhores corridas de um piloto na história da Fórmula 1.

Naquela época Rubinho estava na Ferrari e tinha como companheiro o maior piloto de todos os tempos Michael Schumacher, ou seja, suas chances eram remotas porque seu maior rival era seu companheiro de equipe que ainda por cima tinha todas as regalias da Ferrari para si.

Hoje a situação não é muito diferente, porque apesar de ter um companheiro mais jovem, Rubinho tem uma performance muito superior, porém o carro é uma lástima, hoje seu pior inimigo. A estratégia da equipe para a corrida deste domingo foi a mesma das corridas anteriores, encher o tanque e fazer uma parada e contar com a possibilidade de abandono das outras equipes. Só que com chuva Rubinho já tinha conseguido chegar a 6ª posição e a pista já começava a secar o que poderia atrapalhar seus planos de pódio. Só que os céus foram bondosos com o piloto e despejaram uma chuva torrencial. Enquanto isso a maioria dos pilotos sofria saindo da pista com pneus intermediários.

Nessa hora a união dos talentos de Brawn e Rubinho fez a diferença. Percebendo a oportunidade, Brawn chamou seus dois pilotos para o box ao mesmo tempo e trocou os pneus intermediários pelos de chuva. Aí entrou o braço do piloto, Rubinho passou rapidamente de 6º para 2º em poucas voltas e estava chegando em Hamilton que até então liderava com folga. Outra vez a competência e a prudência acenderam a luz vermelha na cabeça de Brawn, porque a chuva parou e os pneus de chuva poderiam deteriorar-se rapidamente comprometendo a corrida da Honda, então ele chamou Rubinho para uma nova parada, os pneus foram substituídos por intermediários e Rubinho voltou em 4º colado em Trulli que ainda tinha que fazer uma parada nos boxes.

Estava garantido assim o 3º lugar na corrida, o 62º pódio da carreira de Rubens Barrichello, o 10º lugar no campeonato, 2 pontos atrás do bi-campeão Fernando Alonso, 8 pontos há mais que o seu companheiro de equipe e ainda por cima numa equipe como a Honda que é sem dúvida a que tem o pior carro do campeonato. Parabéns Rubinho! Você é um grande piloto, apesar das notícias exageradas acerca da sua incompetência.

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